Adriana C Mendes
A
família sofreu muitas mudanças nos últimos tempos. A tradicional configuração,
mãe pai e bebê, já não é mais tão tradicional assim, abrindo espaço a outras
organizações como, por exemplo, as família monoparentais casais homossexuais,
os agregamentos familiares, entre outros. Tendo
em vista todas as mudanças da contemporaneidade, sem dúvida as questões
colocadas pelas novas configurações familiares submetem alguns dos pressupostos
psicanalíticos mais ortodoxos á reflexão, nos trazendo a seguinte
questão: Qual a influência das novas configurações familiares na internalização
dos limites para sujeito?
A
partir dos ensinamentos psicanalíticos freudianos, sabe-se que a família é a
estrutura responsável pela inserção da criança na cultura. Freud suas teorizações
sobre a internalização do limite para o sujeito ao formular o conceito
referente ao Complexo de Édipo. Segundo ele, o complexo envolve investimentos
eróticos e agressivos em relação ás figuras parentais e as persistências destas
ligações estariam no centro das neuroses (FREUD,1905).
É
a partir do Édipo Freudiano que Lacan irá construir sua teoria e o conceito
de função paterna. De acordo com esse autor, para que o desfecho do complexo
seja favorável é necessário que o sujeito possa simbolizar a castração, a
frustração e a privação desempenhada pela metáfora paterna.
O
caráter central do Édipo é que, neste período, o sujeito se dá conta que está
excluído de uma relação. Entretanto, nada indica que o caráter triangular deva
ocorrer com duas pessoas de sexo diferente. Ao afirmar esta questão, podem-se
analisar questões edípicas dentro das novas configurações familiares.
A
partir de um resgate sobre Édipo e a Lei da Castração surge a hipótese de que
alguns comportamentos que a sociedade repudia ou que é classificado como falta
de limite, pode estar endereçado ao que Lacan denomina de “O Grande Outro” é a
busca pelo “Nome- do Pai”, pela Lei.
O
interesse em se pesquisar este assunto surgiu ao observar a frequência de
reportagens nos noticiários referente aos jovens infratores em nossa sociedade.
Pensando nisso questionou-se sobre o porquê destes jovens estarem
apresentando atos transgressivos cada vez mais violentos. Buscando respostas
a estes e outros questionamentos, observou-se que além deste comportamento
estar mais visível devido á facilidade da divulgação pela mídia dos
acontecimentos, outra questão que aparece com frequência se refere ás
novas configurações familiares.
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