Eliani Gracez – Psicanalista
No final do século passado o pensamento de um mundo global e sem fronteiras,
crescia a cada dia. Incontáveis pessoas passaram a se intitular cidadãos do
mundo, e o planeta se tornou uma aldeia global. Mas o que ninguém viu foi a
globalização do trabalho escravo e a desvalorização do humano. Um exemplo de
globalização está em ir a um supermercado na Europa e encontrar o mesmo
shampoo vendido nos supermercados do Brasil. Uma padronização de
marketing mundial de uma marca junto aos consumidores. Outro exemplo é uma
empresa ter sua sede nos Estados Unidos, filial em vários lugares do mundo e
ter equipamentos produzidos na china. Mas a globalização que o mundo não fala é
quando uma empresa busca alternativas para aumentar sua lucratividade e se
instala em países com mão de obra barata, longa jornada de trabalho, leis
trabalhistas flexíveis e usando, muitas vezes, mão de obra infantil. Com o
avanço tecnológico empresas automatizadas demitiram funcionários, aumentando o
desemprego e o desespero do desempregado. A precariedade de emprego estável e
com benefícios que favoreçam o trabalhador tem sido para poucos, a maioria
trabalha com contratos e estágios temporários. A globalização andou de mãos
dadas com o capitalismo, e pessoas têm sido sacrificadas para obter maior
lucratividade. No altar do lucro vale qualquer sacrifício. A globalização e o
capitalismo se deram à custa de pessoas exploradas, e agora os países de
primeiro mundo resolveram fechar as porta para os pobres e explorados, e fingir
que o problema não é seu. As pessoas viraram descartáveis, e por isso tanta
falta de respeito. O pensamento sobre o descartável aliado ao capitalismo
causou um estrago global. O animal racional não vê a solução e por isso se
fecha em si mesmo, dando a isso o nome de conservadorismo.
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