Eliani Gracez
Quando
se reflete sobre algo multifacetado como o poder em uma sociedade, a primeira
coisa a se verificar são suas instituições. Nas instituições o poder é
sacramentado, mesmo sendo uma instituição de caridade. É o poder que irá nos
dizer quem manda e quem obedece, quem receberá ajuda e quem será abandonado. A verdadeira corrupção acontece quando são
privatizadas as riquezas que deveriam ser de todos e não somente de alguns, e em
nome de um inexpressivo e ilusório crescimento. Assim, as verdadeiras elites
aparecem, aquela desenvolvida dentro do Estado e detentora do poder, e aquela
que vem de fora e interfere nas relações dentro do Estado. Temos então uma
elite poderosa e uma ameaça invisível à igualdade social. A elite que vem de
fora imbeciliza a elite do Estado, pois saqueia o verdadeiro poder, as riquezas
naturais do Estado. Esse espólio é legitimado pelo pensamento de que ao vender
uma instituição que sofreu corrupção pelos seus membros, a corrupção possa
acabar. Sendo que a maior de todas as corrupções acontece quando uma elite
manipula a riqueza deixando o resto na pobreza, dividindo em dois polos e dando
origem ao preconceito. Um extermínio semelhante ao de Auschwitz, porém agora
sem grades tem início, deixando de fora das riquezas naturais àqueles que
legitimamente são seus donos, o povo. Nessa tarefa de espólio da sociedade, não
podemos deixar de apontar a culpa de intelectuais que só porque leram uma, duas
ou mais bibliotecas inteiras, se acham no direito de legitimar sua
pseudociência. Não existe conhecimento que não passe pela experiência,
portanto, não adianta decorar centenas de livros se o intelectual de gabinete
não passou pela luta da sobrevivência diária pela qual passa o povo. Sem a experiência
o conhecimento se esvai e a idiotização toma conta, e pseudocientistas afloram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário