Eliani
Gracez
A
identidade masculina foi forjada em cima da crença de que a força física daria
ao homem o poder, e de posse do poder o homem dominaria o planeta a qualquer
preço. O macho, predominante da espécie, tornou-se um dominador e predador,
recalcando, desde a infância, seus sentimentos. Segundo Ismael dos Anjos no
documentário O silêncio dos homens, o homem usa da violência como
linguagem, esse tem sido o referencial de homem. Tem pelo menos 100 anos que a
mulher aprendeu a se organizar e ir à luta contra a dominação masculina, as
sufragistas mostraram ao mundo feminino que o predador não é tão forte assim.
Daquela época até hoje, a delicada mulher, porém, nem por isso com menos força,
tem penetrado no mundo do poder que antes pertencia somente aos machos alfas da
espécie, causando uma crise existencial no homem que retorna ao berço da
filosofia com a pergunta, quem somos nós? O homem sentindo que está perdendo
seu espaço usa do referencial de macho, a força bruta para não perder o poder.
Chama nossa atenção ainda a existência do que hoje se chama de feminicídio e
violência doméstica, embora tenha sempre existido, demonstra a falta de
evolução do homem. Em tempos pós-modernos toda essa brutalidade já deveria ter
sido solucionada, e o homem poderia ser um homem superior.